Mestre da cerimônia do chá inaugura ciclo de palestras sobre chawan
Ao mesmo tempo singelo e belo, atemporal em sua forma, o chawan, nas mãos de um ceramista, é uma peça que une beleza e funcionalidade. Por isso, sua confecção exige técnica, dedicação e reflexão. Que histórias podem estar contidos em uma peça como essa? O ciclo de palestras Chawan Project, idealizado por Hideko Honma, busca revelar esse universo.
Nesse ciclo, que acontece uma vez por mês, na Japan House, um ceramista é convidado a falar sobre seu relacionamento com o chawan e como ele a produz. Os ceramistas palestrantes são imigrantes japoneses ou filhos destes, e que se tornaram, cada um à sua maneira, renomados pela sua arte.
No total, são sete palestras, com Souichi Hayashi, Shoko Suzuki, Kenjiro Ikoma, Akinori Nakatani, Kimi Nii, Shugo Izumi e Mistue Yuba, e mais uma mesa-redonda que reunirá todos os palestrantes, ao final do ciclo, em dezembro (veja a programação completa no final deste post!). O evento tem o apoio da Japan House e da Japan Foundation de São Paulo.
A primeira palestra foi dada pelo mestre Souichi Hayashi, da Fundação Urasenke, de cerimônia do chá, na manhã de 30 de junho. A procura foi tanta – a Japan House distribui senhas apenas uma hora antes de cada evento -, que foi necessário abrir uma sessão extra à tarde, para acomodar todos os interessados!
Logo no início do evento, Hideko explicou como teve a ideia de fazer uma série de palestras sobre o chawan. Ela percebeu que, além de ser uma peça que está sempre presente em sua casa, nas refeições em família, essa tigela japonesa também é a primeira peça que seus alunos elaboram. “Resolvi que precisávamos, então, nos aprofundar e falar sobre o chawan. E decidi que ia convidar aqueles que mais sabem sobre isso”, contou.
O professor Hayashi falou sobre os diferentes estilos de cerâmica que existem e são usados na cerimônia do chá, como estilos Oribe, Shino e Setoguro. Ele mostrou imagens dessas peças, versando sobre os detalhes e as cores que os distinguem cada um. Alguns chawans trazidos por ele ficaram expostos para que todos pudessem admirar suas formas e cores.
O mestre da Urasenke revelou ainda que um bom chawan apresenta as seguintes características:
- Refinamento
- Sensação de volume
- Beleza na simplicidade
- Sensação de força
- Sensação de pureza
- Beleza da serenidade
A palestra contou com participação especial do chef Jun Sakamoto, que serviu aos presentes um saboroso ochazuke (preparado de arroz, caldo dashi e chá verde, que pode ser acompanhado por complementos como umeboshi) em belos chawans. “Meu trabalho é muito ligado à cerâmica. Ela transfere uma emoção a mais à refeição”, afirmou.
Masaru Suzaki, diretor-geral da Fundação Japão, também participou, explicando, entre outras coisas, que o ochazuke é um prato bastante leve e reconfortante. Há diversos momentos em que ele pode ser servido. Um desses momentos é no final de uma refeição do tipo kaiseki. Essa refeição também é saboreada ao final de uma cerimônia do chá.
Um detalhe muito bacana do evento é que os demais ceramistas, que falarão ao longo do ciclo de palestras, também compareceram nesse dia, prestigiando essa primeira conversa sobre o chawan.
Veja abaixo a programação completa e reserve as datas em sua agenda! As senhas são distribuídas uma hora antes do início, na própria Japan House.
- 27 de julho, das 11h às 12h: Kenjiro Ikoma
- 23 de agosto, das 19h às 20h: Akinori Nakatani
- 26 de setembro, das 19h às 20h: Kimi Nii
- 24 de outubro, das 19h às 20h: Shugo Izumi
- 16 de novembro, das 11h às 12h: Mitsue Yuba
- 15 de dezembro, das 11h às 13h: Mesa-redonda com os ceramistas
A palestra com Shoko Suzuki, que estava marcada para o dia 7 de julho, foi adiada e será remarcada para nova data.
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