Hideko Honma é ceramista reconhecida pela beleza de suas peças utilitárias. De seu ateliê saem pratos, tigelas, travessas, xícaras, bowls, copos e outras peças que revelam diferentes matizes de verdes, azuis e marrons, salpicados, escorridos ou acetinados, e que encantam a quem as observa e as toca.
Filha de imigrantes japoneses, Hideko formou-se em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e fez pós-graduação em História da Arte na Universidade de São Paulo. Sempre inquieta, em busca de sua própria forma de fazer arte, foi na cerâmica que ela encontrou seu caminho. Foi estudar em Arita, no Japão, uma região conhecida pela produção de porcelana há 400 anos, onde aprendeu as técnicas necessárias para elaborar belas peças de cerâmica, deixando-a pronta para explorar possibilidades, inspirar-se e criar.
Parte dessas possibilidades, ela encontrou na natureza brasileira. As cores e texturas tão especiais da obra de Hideko se devem aos esmaltes que a própria artista elabora a partir de cinzas feitas com palha de arroz, folhas e galhos de café, bambu, grama, podas de bananeiras e outras espécies vegetais, que ela encontra em suas caminhadas por diferentes lugares, incluindo seu sítio, no interior de São Paulo.
Ao longo dos anos, Hideko desenvolveu laços e parcerias muito especiais com renomados chefs, que requisitam seus bowls e pratos para compor suas saborosas criações. As peças da ceramista podem ser encontrados em casas de alta gastronomia em São Paulo e outras capitais.
Hideko também dissemina seu conhecimento por meio de oficinas e cursos ministrados em seu ateliê, localizado no bairro de Moema, em São Paulo, e outros locais, onde os admiradores dessa arte e de seu trabalho buscam descobrir mais sobre esse universo. Além disso, ela atua fortemente em prol de causas sociais. Entre suas iniciativas mais conhecidas está o “Sukiyaki do Bem”, um jantar beneficente anual que conta com a participação de renomados chefs e sommeliers.
Sentada à frente do torno, onde mais se sente livre e em paz, Hideko medita e cria suas obras, que representam sua busca por harmonia, equilíbrio e alegria. Por meio dessas peças, ela compartilha desses momentos com todos que se encantam por essa arte.
“Quando o torno começa a girar, entro na criação. Solto os pensamentos, sem me fixar em nada. Chega um momento em que me desligo e vem a sensação de estar dentro da peça que gira. Aos poucos, surgem as soluções bonitas para cada peça. Esse é o meu momento de meditação. As formas que me atraem são as que acolhem, as fechadas, as compridas, redondas, tudo o que não tem ponta ou quina, mesmo porque o meu trabalho é no torno. Isso me encanta. A energia parece fluir por ali, sem restrição.”