Hideko Honma e especialistas falam sobre xícaras, café e o concurso do Museu do Café
O prazo para a inscrição no concurso “A Xícara do Museu”, do Museu do Café, acaba neste domingo, dia 31 de maio, e a equipe envolvida na organização da competição está bastante animada para ver o que chegará de ideias e criatividade. “Vamos perceber que as xícaras são vivas, que têm alma. Porque quem mandar, não vai mandar só a xícara: vai mandar uma história”, disse Hideko Honma, durante live promovida na semana passada pelo grupo Cerâmica Contemporânea Brasileira (CCBras).
O concurso, uma iniciativa do Museu do Café, em parceria com o CCBras e com curadoria de Hideko, premiará as melhores xícaras nas categorias utilitário e conceitual. O primeiro lugar de cada categoria ganhará uma viagem ao Japão, para visitar centros produtores de cerâmica. O segundo lugar receberá 5 mil reais em equipamentos. A competição é aberta a ceramistas, artistas, designers, estudantes e profissionais afins.
A primeira etapa consiste no envio de uma ficha de inscrição, até o dia 31 de maio. Depois, o candidato terá até o final de julho para enviar fotos das xícaras. Quem for selecionado nessa fase irá para a etapa seguinte do concurso, quando, aí sim, terá de enviar as peças confeccionadas. Conheça os prazos e regras no edital do concurso.
Para esclarecer mais sobre o concurso, o CCBras realizou quatro lives pelo Instagram para falar sobre a competição, o café e a cerâmica. Além de Hideko, houve bate-papos com Alessandra Almeida, diretora executiva do Museu do Café, com Hallyson Ramos, barista do Centro de Preparação do Café, do Museu, e com Makoto Fukuzawa, presidente do CCBras.
Os vídeos das lives estão disponíves no YouTube do CCBras.
Diversidade de técnicas e influências na cerâmica
Alessandra Almeida foi a primeira entrevistada por Cayo Vinicius, do CCBras, na live do dia 18 de maio. Ela contou que o museu está fechado para visitas por conta da pandemia, mas continua bastante ativo em suas programações virtuais. E falou das expectativas com a competição das xícaras. “Esse concurso faz parte de uma vertente da missão do Museu, que é valorizar a diversidade das ações culturais. Então nada melhor que trazer para dentro essa arte milenar”.
A segunda live, realizada em 19 de maio, foi com Hallyson Ramos, que falou dos cursos oferecidos no local, sobre os diferentes grãos, sabores e aromas do café e sobre a importância de se ter uma boa xícara, aquela que ajuda a extrair o melhor do café que está sendo servido. “Qual a experiência que eu quero levar para a pessoa [que toma o café]? O formato é importante para combinar com o tipo de café que será servido.”
Makoto Fukuzawa, presidente do CCBras, falou no dia 21 de maio sobre as regras principais do concurso e a importância de um evento como esse. “Ainda falta uma valorização da cerâmica”, disse. Por isso, a oportunidade trazida com o concurso, envolvendo o Museu e a Secretaria de Estado da Cultura e da Economia Criativa, foi bem-vinda. “O respaldo da Secretaria da Cultura é importante como reconhecimento do trabalho do ceramista e da cultura da cerâmica”. Makoto ressaltou que o concurso traz a possibilidade de ver a abrangência de técnicas de produção cerâmica e a multiculturalidade do país. “Essa pluralidade deve aparecer nas obras do concurso”.
A diferença entre as categorias do concurso
No dia 22 de maio, foi a vez de Hideko Honma participar da live. Além de falar sobre sua trajetória e trabalho, a ceramista conversou bastante sobre os critérios que serão usados na seleção das xícaras do concurso.
Na categoria utilitário, ela lembrou que é importante que o material usado seja livre de toxicidade e que a alça seja segura de usar, e da importância de a peça ser sofisticada em termos de praticidade, técnica e finalização para ter condições de ser escolhida vencedora.
Quanto à categoria conceitual, é onde o ceramista pode ficar mais livre para criar, pois as peças não serão usadas de verdade para servir café. “É uma peça para se admirar, um objeto de questionamento, e quanto mais assim for, mais artístico vai ser”, acredita. Algumas regras que devem ser seguidas incluem as medidas e o uso de material nacional.
Hideko aguarda ansiosamente para ver as peças, cada uma com sua história, resultado de diferentes pesquisas e técnicas dos muitos ceramistas que atuam no País. “Quando estas xícaras estiverem na nossa frente, ao vivo, no momento da seleção [na segunda etapa], vamos pegar cada uma delas e sentir a energia, a vibração e o que essa xícara tem para nos oferecer”.
E, para quem ainda está na dúvida sobre participar ou não, ela mandou um recado: “Aproveite que é o primeiro concurso, é algo histórico, até pelo momento que estamos vivendo. Vale a pena participar”.
Então, se você ainda não fez a sua inscrição, ainda dá tempo! A ficha de inscrição deve ser entregue até domingo, dia 31/5.