Kazuo Wakabayashi: um grande artista plástico e apoiador de causas beneficentes
O artista plástico japonês Kazuo Wakabayashi, radicado no Brasil desde 1961, faleceu no dia 2 de dezembro, aos 90 anos de idade. A notícia foi recebida com tristeza por Hideko Honma. Além do talento e da dedicação que tinha pela arte, tendo criado muitas obras inspiradoras, Wakabayashi foi um colaborador e parceiro constante das ações beneficentes realizadas pela ceramista. No Sukiyaki do Bem, por exemplo, eram deles as gravuras leiloadas em prol das entidades beneficiadas. Na edição deste ano do Sukiyaki do Bem, os compradores dos kits especiais participaram de um sorteio que incluíam dez obras do artista.
Hideko encontrou Wakabayashi poucos dias antes de seu falecimento. “Demo-nos as mãos e agradeci pelas obras que ele ofereceu para nossos eventos beneficentes. Ele me respondeu: ‘eu que agradeço. Honma san também tem se dedicado muito, né. Quanta energia!’. Sorriu com tanta ternura que comoveu”, lembra Hideko.
Por esse carinho e por seu talento e dedicação à arte, a equipe do Atelier Hideko Honma presta aqui um agradecimento e homenagem singela a Kazuo Wakabayashi.
O artista
Kazuo Wakabayashi nasceu em Kobe, no Japão, em 1931. Frequentou, entre 1947 e 1950, a Escola de Belas Artes e a Academia Niki, em Tóquio. Chegou também a estudar arquitetura na Universidade de Tóquio, mas dedicou-se mesmo à pintura. Participou de vários salões japoneses de arte, recebendo muitos prêmios.
Em 1961, mudou-se para São Paulo e se tornou membro do Grupo Seibi, apresentado pelos artistas plásticos Manabu Mabe e Tomie Ohtake. Dois anos depois, recebeu medalha de ouro no 12º Salão Paulista de Arte Moderna e no 7º Salão do Grupo Seibi de Artistas Plásticos. Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural, a partir do fim dos anos 1970, Wakabayashi passou a se interessar mais pelo aspecto da textura e do relevo na pintura. Num período posterior, desenvolveu trabalhos que remetem à tradição da gravura japonesa ukiyo-e e também utilizava estampas de tecidos japoneses colados sobre as telas.
De acordo com o Jojoscope, por ocasião do centenário da imigração japonesa no Brasil, Wakabayashi concentrou esforços para organizar, no Japão, a exposição “Trajetória dos cem anos dos artistas plásticos nikkeis no Brasil”, que mostrou a história dos pintores japoneses e nipo-brasileiros no mundo artístico brasileiro. Nas comemorações dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil, foi responsável pelo design da logomarca com dois tsurus, que representavam o Brasil e o Japão.
Neste ano, em outubro, algumas de suas obras estiveram em exposição na mostra “Wakabayashi, mestre da pintura nipo-brasileira”, no Espaço Arte M. Mizrahi, no Jardim Paulista, na zona Sul de São Paulo, com a realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. A exposição pode ser visitada virtualmente.
Há um belo vídeo sobre Wakabayashi, que foi feito para essa mostra, que vale a pena conferir. Nami Wayabayashi, filha do artista, traz um depoimento emocionante sobre a trajetória do pai.
A direção do vídeo é de Paola Prestes e a produção, da Serena Filmes e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Confira!